A dúvida “o que é engenharia reversa” é mais comum do que se imagina. Basicamente, engenharia reversa é o ato de transformar algo que existe apenas fisicamente em um modelo digital CAD 3D, possibilitando que este seja reproduzido se necessário.
A engenharia reversa é um dos itens que compõem a nova transformação digital da engenharia e tecnologia. Este tema é há muito tempo objeto de estudo em universidades e faculdades, principalmente em instituições ligadas à área de tecnologia.
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ToggleO que é Engenharia Reversa, tecnicamente falando?
Pensando em transformação digital, realizar engenharia reversa consiste em transformar uma malha 3D no formato “.STL” (ou uma nuvem de pontos) capturadas através de uma digitalização 3D, em um modelo CAD 3D.
Há também duas definições que pode nos ajudar a entender melhor o que é engenharia reversa, veja a seguir.
Definição 1
A Engenharia Reversa (ER) é uma técnica que permite, a partir de um modelo físico existente, através da análise de sua estrutura, função e operação, desenvolver modelos virtuais, possibilitando alterar e adicionar novas partes, atualizar dados sobre ferramentas existentes e também pode nos ajudar a descobrir seus princípios tecnológicos e entender seu funcionamento, para desenvolver o objeto de estudo, ou mesmo produzir algo completamente novo a partir dos dados coletados, sem qualquer semelhança com o original.
Objetivamente a ER consiste em, por exemplo, desmontar uma máquina para descobrir como ela funciona. Dessa forma, o nome “engenharia reversa” define muito bem o conceito sobre o que é engenharia reversa, ou o que ela faz.
A ER permite obter modelos 3D de componentes e objetos cuja documentação técnica não está disponível, como por exemplo, na manutenção de equipamentos industriais, antigos cuja documentação se perdeu. Ela é uma técnica capaz de reduzir tempo e custos do processo de desenvolvimento de produtos, já que em comparação com o processo de manufatura convencional os investimentos e o tempo necessários são menores.
Definição 2
A engenharia reversa é o processo de análise de um objeto (eletrônica, mecânica, software, etc.), desmontando parte por parte, descobrir os princípios tecnológicos do produto, seu funcionamento, origem, como foi feito, etc.
O princípio da re-engenharia, é o ato de fazer uma cópia idêntica de uma peça ou qualquer que seja o objeto, com as mesmas características, dimensões, aparência e funcionalidades. É aplicado muitas vezes em processos de melhoria, análise e nacionalização de componentes.
- Determinar a finalidade e objetivos do projeto;
- Observar e desenvolver ideia de como ele funciona;
- Desmontar em componentes básicos;
- Analisar – função, estrutura, materiais, fabricação;
- Documentação da re-engenharia.
Para entendermos tecnicamente o que é engenharia reversa, porém, é necessário entendermos bem em quais situações a engenharia reversa pode ser necessária, quais são os recursos utilizados para manipular os dados e como eles são manipulados. Veja a seguir.
Quando a Engenharia Reversa é aplicada?
Mais do que apenas saber o que é engenharia reversa, precisamos também saber em quais situações poderíamos aplicar este trabalho. Em projetos, podemos indicar várias situações em que a engenharia reversa pode ser aplicada. Por exemplo:
- Para atualizar um projeto antigo que esteja apenas no desenho 2D, ou sem nenhuma informação;
- Para ajustes adicionais em um projeto existente;
- Em tomadas de decisões através de um modelo já com todas as deformações de montagem e tolerância;
- Como modelo para uso em after marketing;
- Para atualizar ferramentais sem projeto, mesmo existindo um modelo CAD do produto atualizado, uma vez que as modificações precisarão considerar o produto, a contração, os ajustes já realizados no ferramental, etc.
Imagine o seguinte exemplo: Em uma fábrica, uma bomba começa a falhar 25 anos depois de sua instalação. Todo quadro de funcionários da época em que ela foi instalada já não trabalha mais nesta empresa, e também não há um histórico da montagem desta bomba. A peça precisa ser trocada com urgência para não interfira no processo produção da fábrica. Pior ainda: O fornecedor nacional dessas bombas já não existe mais, restando como única opção a importação de uma nova. Caso encontre, o custo seria alto e o prazo de entrega seria longo, e sem garantias. Para o desespero do dono da fábrica, não existem bombas similares para a substituição.
A fábrica precisa encontrar uma nova bomba, com as características exatamente iguais às da bomba defeituosa, tendo que ser montada sobre a tubulação existente (pense nas dimensões definidas, a forma como a bomba está fixada, volume ocupado pela bomba, etc.). Estes são dados fáceis de se encontrar, mas podem também existir dados menos evidentes (a bomba tem que fornecer um débito definido, ela precisa respeitar algumas restrições desconhecidas, etc.). Todos os itens relevantes da bomba precisam estar no novo projeto, a fábrica precisa descobrir isso antes de comprar uma nova ou importar uma. É nessa hora que entra a Engenharia Reversa!
Como os dados capturados são manipulados?
Atualmente encontramos vários softwares capazes de manipular os dados em um trabalho engenharia reversa. O mais indicado, no entanto, é o Geomagic Design X da norte-americana 3D Systems. O Design X é um software americano e verticalizado, direcionado especialmente para esse tipo de atividade, permitindo parametrizar com comandos e ferramentas focados na redução do tempo do trabalho.
Antigamente, a reversa era realizada através de nuvens de pontos e várias secções eram feitas para se construir as linhas de referência. Estas linhas eram alisadas para que depois fosse possível criar as superfícies, que deveriam ser alisadas também. Nesse processo antigo, alguns dos softwares que foram – e ainda podem ser usados – são o Catia ou o NX.
No processo antigo, levava-se muitas horas para se criar um detalhe pequeno na peça quando necessário.
Atualmente, o conceito de modelamento para engenharia reversa mudou muito. O que vemos hoje nos softwares dedicados e verticalizados como o Geomagic Design X é uma preocupação constante em melhorar cada vez mais seus processamentos, matemática e ferramentas, de forma que o arquivo capturado seja editado com um nível de controle incrível, permitindo que todo o modelo seja corrigido e atualizado se necessário.
Para facilitar o entendimento, veja a seguir a sequência do workflow do trabalho utilizando o software Geomagic Design X:
Por se tratar de um software verticalizado e totalmente dedicado à engenharia reversa, o Geomagic Design X não é considerado um software CAD concorrente aos softwares de projetos atuais com Catia V5, NX, Solidworks, Creo, Auto Cad, Inventor, Solid Edge, entre outros.
Isso porque o mesmo não oferece a opção de se criar um desenho 2D, e também mão há módulos específicos para montagens. Com isso, o mesmo tem acesso aos PMI de quase todos os software CAD existentes no mercado, permitindo que ele seja compatível com arquivos nativos desses softwares CAD ou que exporte um modelo CAD gerado dentro dele para um software CAD como um arquivo nativo, possibilitando edição e controle do projeto de forma integral, sem a necessidade de modificar o sistema CAD já existente em cada empresa.
Como fazer Engenharia Reversa em um produto?
Até agora você já aprendeu o que é engenharia reversa (basicamente e tecnicamente), quando a engenharia reversa pode ser necessária e como os dados capturados em uma engenharia reversa são manipulados. Mas já se perguntou qual é o passo-a-passo para fazer uma engenharia reversa em um produto? Descubra no artigo Como fazer Engenharia Reversa em um produto que publicaremos em breve!
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